No dia 31 de agosto, o Brasil foi surpreendido pela suspensão do X (antigo Twitter) devido a uma decisão controversa do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Embora eu, como fisioterapeuta, não tenha sentido um grande impacto pessoal, entendo perfeitamente que essa plataforma é essencial para muitos profissionais, incluindo fisioterapeutas, que utilizam o X não apenas para se manter informados, mas também como uma ferramenta vital para seus negócios. Isso me leva a uma reflexão importante: e se o mesmo acontecesse com o Instagram?

A Importância do Instagram para Profissionais de Saúde
Hoje, como clínico, uma parte significativa dos meus pacientes chega até mim por meio do famoso “boca a boca”, mas uma parcela considerável também vem através do Instagram. Seja por meio dos conteúdos que posto, das interações de pessoas que compartilham suas experiências de tratamento nas redes sociais, ou pelas recomendações algorítmicas da própria plataforma, o Instagram se tornou um canal crucial para o meu trabalho.
No Brasil, o Instagram é uma das plataformas mais populares para trabalho e divulgação, especialmente entre profissionais de saúde. Com aproximadamente 132 milhões de usuários ativos, o Brasil é o terceiro maior mercado da plataforma no mundo. A maioria dos usuários brasileiros no Instagram tem entre 18 e 34 anos, representando mais de 60% dos usuários .
Estima-se que 62,7% dos usuários do Instagram sigam ou pesquisem marcas na plataforma, o que evidencia sua importância para marketing e divulgação . Em 2024, cerca de 80,8% dos profissionais de marketing esperam usar o Instagram para campanhas de marketing de influenciadores, demonstrando o crescente investimento na plataforma por parte dos criadores de conteúdo.

O Impacto de Uma Possível Queda do Instagram
Diante desses números, é inegável que o Instagram é uma ferramenta essencial para profissionais de saúde. Mas e se, de repente, essa plataforma deixasse de existir, como ocorreu com o X? Como muitos profissionais se veriam sem seu principal meio de marketing e comunicação?
Pessoalmente, não sou um grande fã do Instagram, não pela plataforma em si, mas pela maneira como muitos brasileiros a utilizam. O uso excessivo e inadequado da plataforma tem contribuído para problemas de saúde mental, como ansiedade, estresse e depressão, além de promover comparações irreais. Além disso, a proliferação de conteúdo pouco virtuoso e construtivo – incluindo promiscuidade, golpes, luxúria e mentiras – é alarmante.
Viver sem o Instagram, para mim, não seria um grande problema em termos de saúde mental. No entanto, financeiramente, essa perspectiva me faz repensar. Durante a pandemia, tivemos que nos adaptar e encontrar novas formas de nos “virar” e sobreviver. Contudo, as facilidades e o alcance proporcionados pela internet certamente fariam falta.
A Importância da Diversificação de Presença
Essa reflexão me leva a uma conclusão importante: é crucial diversificar nossa presença, não apenas no digital, mas também na vida real. Sempre digo que o marketing mais eficaz é o resultado do nosso trabalho. Fazer um trabalho bem feito é o maior investimento que você pode fazer para sua carreira. Embora o marketing digital seja vital, observo que muitos profissionais esquecem que o que realmente faz a diferença e traz resultados duradouros é o trabalho de qualidade na vida real.
No cenário incerto em que vivemos, em um país extremamente instável, as medidas como a suspensão do X só reforçam a importância de investir constantemente em estudos, atualizações e no aprendizado de técnicas cientificamente comprovadas. Além disso, ser uma pessoa humana com seus pacientes, oferecendo suporte e resultados reais, é o que garantirá a sua sobrevivência no mercado, independentemente da existência de qualquer rede social.
Conclusão
O Instagram, assim como outras plataformas digitais, é uma ferramenta poderosa para profissionais de saúde. No entanto, devemos lembrar que essas ferramentas são apenas uma parte do todo. A verdadeira segurança na carreira vem de um trabalho bem feito, de relacionamentos construídos na vida real, e da capacidade de adaptação e aprendizado contínuo. Se o Instagram saísse do ar, seria um desafio, mas também uma oportunidade para reavaliar e fortalecer nossas práticas e presença tanto no mundo digital quanto fora dele.
Em um cenário de incerteza, o melhor investimento que podemos fazer é em nós mesmos – no nosso conhecimento, nas nossas habilidades e no impacto positivo que podemos gerar na vida dos nossos pacientes. Dessa forma, mesmo que as redes sociais deixem de existir, continuaremos a prosperar, porque a base do nosso sucesso estará enraizada em algo muito mais sólido e duradouro.